A revisão do regulamento que trata dos investimentos obrigatórios em pesquisa e desenvolvimento está mobilizando a indústria diante da possibilidade de que parte dos recursos possa também ser empregada em projetos dos fornecedores da cadeia de óleo e gás.
Nos próximos 10 anos serão gerados mais de R$ 30 bilhões em investimentos obrigatórios em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) nas áreas de petróleo e gás, segundo estudo da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Os recursos são provenientes de 1% das receitas dos campos de participação especial das operadoras de petróleo e são divididos igualmente em projetos internos e em aplicação em Instituições de Ciência e Tecnologia (ICT), universidades e institutos de pesquisa.
Segundo Raimar van den Bylaardt, gerente executivo de Gestão do Conhecimento do IBF, durante a consulta e a audiência públicas já encerradas, o IBP manifestou sua posição para que as empresas possam aplicar seus recursos livremente e não em uma rubrica carimbada exclusivamente para as universidades e institutos de pesquisa.
“A 11ª e a 12ª rodadas e o leilão de libra introduziram o componente da inovação entre as obrigações de investimento. O objetivo principal é o desenvolvimento tecnológico da indústria e não faz sentido que estes recursos, que são crescentes e vão crescer ainda mais com o pré-sal, fiquem apenas nas universidades.
É claro que os projetos da indústria vão gerar muitas demandas para as universidades que forem competentes”, assinala Bylaardt. Inovação em debate Raimar van den Bylaardt adianta que o tema da inovação vai dominar os debates e os lançamentos da Rio Oil & Gas. Dos 651 trabalhos inscritos, a grande maioria trata de desenvolvimento tecnológico. Entre as inovações que serão apresentadas, ele destaca a tecnologia Crabtool, ferramenta de inspeção desenvolvida pela Ativatec, empresa da Incubadora da Coppe (UFRJ), que desenvolveu uma nota técnica para inspeção de componentes submarinos.
A easySubsea, também da Coppe, desenvolveu um sensor de controle e automação dos dados de temperatura e pressão para a criação de poços inteligentes. Já a Oceânica vai apresentar um simulador de manobras para embarcações de apoio offshore, desenvolvido com técnicas avançadas de imageamento, posicionamento e testado no Tanque de Provas da USP “Uma apresentação que chamará muita atenção é a do Centro de Tecnologia em Dutos, que desenvolveu um oleoduto de testes em escala real, com 2,5 km de extensão e equipamento de inspeção PIG, podendo simular testes de até 500 km.
Nas sessões especiais do Congresso haverá, ainda, a apresentação da nanotecnologia aplicada à indústria de óleo e gás. E, na Arena Social, o Fórum de Sustentabilidade vai discutir o legado que os investimentos em P&D deixarão para a sociedade”, elenca Bylaardt.